Fatores relacionados à dependência do smartphone em adolescentes

17/04/2025

Fatores relacionados à dependência do smartphone em adolescentes

Por Paula Pessoa de Brito Nunes e Ana Paula Vasconcellos Abdon

            O artigo investiga os fatores associados à dependência do smartphone entre adolescentes residentes em uma região do Nordeste brasileiro, com base em uma abordagem quantitativa e de caráter transversal. O objetivo principal foi identificar os elementos que contribuem para o uso excessivo e problemático do smartphone nessa população, considerando o contexto social, comportamental e psicológico dos adolescentes. O estudo foi desenvolvido com uma amostra significativa de jovens matriculados em escolas públicas e privadas, que responderam a questionários sobre hábitos de uso do aparelho, saúde mental e características sociodemográficas.

Os dados analisados evidenciam que a dependência do smartphone está mais presente em adolescentes do sexo feminino, com idade entre 14 e 17 anos, e que utilizam o aparelho por longos períodos, especialmente durante a noite. Um fator relevante observado foi o uso do smartphone como principal meio de interação social, lazer e entretenimento, substituindo atividades presenciais e contribuindo para o isolamento social. Além disso, sintomas de ansiedade, irritabilidade, dificuldade de concentração e alterações no sono foram frequentemente relatados pelos adolescentes com maior nível de dependência.

A pesquisa revela ainda uma associação entre a dependência do smartphone e o baixo desempenho escolar, aumento do sedentarismo e dificuldades nos relacionamentos familiares. A ausência de limites claros estabelecidos pelos responsáveis e a falta de orientação sobre o uso saudável da tecnologia também aparecem como fatores de risco. Os autores destacam a importância da atuação conjunta da escola, da família e dos serviços de saúde para prevenir e tratar os efeitos negativos do uso excessivo do smartphone.

Por fim, o estudo chama atenção para a necessidade de políticas públicas que promovam o uso consciente das tecnologias digitais, especialmente entre os jovens. Tais políticas devem incluir ações educativas, intervenções psicossociais e estratégias de promoção da saúde mental. Ao focar em uma região específica do Brasil, o artigo contribui para ampliar o entendimento sobre a dependência digital em contextos marcados por desigualdades sociais e culturais, fornecendo subsídios importantes para futuras pesquisas e intervenções na área da saúde coletiva e da educação.

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